Aguarde...
Rádio Adolfo Turrion
Rádio Adolfo Turrion

A Adolfo Turrion prestigia a atriz e artista plástica Regina Duarte e o galerista e também artista plástico Roberto Camasmie

Por Marco Antonio Jordão, base Wikipedia com fotos de Caio Kitade

A Adolfo Turrion respeita, apoia, participa e cria parcerias com artistas com o objetivo de perpetuar as suas obras e os seus legados, e recentemente estivemos presentes na vernissage da Regina Duarte na galeria do renomado artista plástico Roberto Camasmie em São Paulo, data na qual eu tive a oportunidade de presentear a artista, em nome da nossa marca e fábrica, com um par de sapatos exclusivos, e também ao Roberto pelo seu aniversário.

Regina Blois Duarte coincidentemente nasceu em Franca (cidade onde se encontra a nossa fábrica) em 5 de fevereiro de 1947, e é uma atriz e diretora de teatro que estreou em 1965 na antiga TV Excelsior, onde começou em papéis menores até se tornar protagonista de novelas como Anjo MarcadoLegião dos Esquecidos e O Terceiro Pecado.

Em 1969, devido a crise financeira na emissora que a levou à falência pouco tempo depois, transferiu-se para a TV Globo e fez dezenas de personagens marcantes em novelas famosas como Irmãos CoragemSelva de PedraSétimo SentidoRoque SanteiroVale TudoRainha da SucataO Astro e no seriado Malu Mulher, além da trilogia das Helenas em obras de Manoel CarlosHistória de AmorPor Amor e Páginas da Vida.

Atriz mais indicada ao Troféu Imprensa, 14 no total, ela recebeu cinco estatuetas (1967, 1970, 1972, 1973 e 1985), empatada com Fernanda Montenegro como as maiores vencedoras, sendo que em 1973 ela entregou o troféu para Eva Wilma, afirmando "Agradeço, mas este troféu não é meu, e sim da Eva Wilma, pela novela Mulheres de Areia", o assunto foi muito comentado na época. Regina também ganhou três Prêmio APCA de Televisão de melhor atriz (1979, 1980 e 1985).

Ela começou bem cedo, aos 14 anos em Campinas, como atriz amadora no grupo TEC (Teatro do Estudante de Campinas). Estreou interpretando a Compadecida em A Compadecida, de Ariano Suassuna. Participou da montagem de Pluft, o Fantasminha, de Maria Clara MachadoRapunzel, Natal na Praça, O Tempo e os Conways, de Priestley, e Via Sacra, de Ghéon.

Em 1964 apareceu em cartazes para uma campanha de sorvetes. Atuou também em vários comerciais de televisão. Sua formação incluiu aulas de balé clássico, com Mozart Xavier, e de declamação, com Maria Sylvia Ferraz e Silva, em Campinas. Fez também um curso de três meses com Eugênio Kusnet, sobre o método Stanislavski.

Aprovada no vestibular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP) em 1968, abandonou o curso no ano seguinte, depois de receber o convite da TV Globo para protagonizar o folhetim Véu de Noiva, de Janete Clair, fazendo par romântico com o ator Cláudio Marzo.

Regina Duarte era chamada de “Namoradinha do Brasil” desde 1967, quando ficou em primeiro lugar entre os favoritos do público, segundo a revista Intervalo. O título ficou ainda mais popular com a telenovela Minha Doce Namorada, em 1971, onde interpretou a órfã Patrícia, na TV Globo.

Em seguida, emendando papéis, interpretou a escultora Simone Marques, em Selva de Pedra. Um grande marco em sua carreira, principalmente por ser a primeira trama a bater 100% de audiência em todo o país, novela esta que foi um dos maiores sucessos da novelista Janete Clair

Em 1973 Regina já estava insatisfeita com a alcunha de “Namoradinha do Brasil”, já que este título a aprisionava apenas em interpretar as heroínas passivas e românticas das novelas, não a possibilitando interpretar outros tipos de personagens. Sua última personagem antes do seu processo de rompimento com esse estereótipo foi a rebelde Bárbara na novela Fogo Sobre Terra.

Em 1975, iniciando o rompimento do título que era vinculado à sua imagem, fez a prostituta Janete em “Réveillon”, um divisor de águas em sua carreira teatral.

Com o seriado Malu Mulher, de 1979, rompe definitivamente com a alcunha de “Namoradinha”, interpretando Maria Lúcia Fonseca, uma socióloga, vítima de abuso físico do marido, vivido por Dennis Carvalho, do qual se separava. Malu era mãe solteira, tinha ideais feministas e a favor dos direitos da mulher, levando diversos grupos conservadores a protestarem. O seriado foi um dos pioneiros ao abordar o feminismo no audiovisual brasileiro.

Em 1982, participou de Sétimo Sentido, a última novela das oito de Janete Clair, produção na qual brilhou e arrancou elogios de crítica e público ao compor duas personalidades diferentes, Luana Camará e a entidade espiritual Priscila Capricce. Em determinado momento da trama, ainda, Luana incorporava a personagem Priscila Dias no teatro, e Regina marcou época ao encenar uma peça teatral dentro de uma novela.

Em 1985, brilha ao interpretar com enorme sucesso, prestígio e repercussão a antológica Viúva Porcina da Silva em Roque Santeiro, clássico de Dias Gomes e Aguinaldo Silva. Graças a essa novela, rompeu com a alcunha de “Namoradinha” de forma absoluta, e entrou para o seleto grupo de atores consagrados da emissora. Ao lado de Lima Duarte, que vivia Sinhozinho Malta, e outros atores do elenco da trama, fez história na TV brasileira e registrou seu nome na dramaturgia. A novela registrou recordes de audiência na época de sua exibição.

Longe das novelas desde 2017, a atriz tem se dedicado às artes plásticas e aos 77 anos, ela inaugurou, na galeria de Roberto Camasmie em São Paulo, a sua exposição "A natureza e eu. Novas descobertas", que mostram vários quadros feitos pela atriz durante nove meses. "Minha mais nova paixão botânica: as artes plásticas", postou Regina nas redes sociais. Onde criou um estilo próprio ao usar sementes, folhas, cascas, flores e outros elementos orgânicos usando a técnica da colagem em papel.

Uma visita do famoso artista Roberto Camasmie ao ateliê da atriz rendeu o convite para uma collab. O retrato dela pintado pelo veterano ganhou cabelos formados por folhas e flores em intervenção feita por Regina. Obra a quatro mãos unindo dois estilos. 

“Nascemos de uma semente, nos tornamos bebês, crianças, adolescemos, amadurecemos, envelhecemos e enrugamos. O mesmo acontece com as folhas que inevitavelmente, pouco a pouco, vão mudando suas cores, perdendo o vigor, ficando mais ressecadas e terminam por se desprender da árvore-mãe”, comenta a artista. “As folhas finalizam suas vidas no chão da Terra tornando-se pó e adubo para geração de novas vidas.”

O interesse da estrela das novelas por artes plásticas é antigo. “Desde muito nova, andei coletando folhas para secarem em livros. No meu tempo era moda. Em 1974, no processo de amamentar minha filha (a também atriz Gabriela Duarte), pintei meu primeiro quadro a óleo. Era uma cópia ampliada de uma foto da família num domingo de Páscoa”, relata.

O artista plástico paulistano Roberto Camasmie, descendente de família síria com libanesa, é conhecido pelos retratos que tem feito ao longo de seus 50 anos de carreira, tanto de famosos quanto de anônimos. Em sua trajetória, ele já pintou desde atrizes como Sophia Loren e Catherine Deneuve, até a princesa Diana e várias socialites e celebridades brasileiras.

Além de seus famosos retratos, o artista pinta bonecas, flores, madonas, animais, santas, cidades, paisagens e imprime sua marca numa série de produtos que ficam à disposição para licenciamentos, como abajures, malas, agendas, joias, bolsas e até tupperwares.

Do nanquim ao tecido, utilizando vários elementos inusitados em suas obras como vinho, chocolate e o singelo lápis de cor, Camasmie é incansável e brinca com a sua própria compulsividade quando se trata de criar novas obras.

Ao contrário do que os mais eruditos acreditam, para Camasmie a arte não é para poucos, “arte não se entende, arte se gosta ou não, e ela tem que estar na mão do povo e não só de uma elite” e, por isso, em sua história, ele se tornou também célebre por popularizar a arte e torná-la mais acessível para quem quiser apreciá-la.

“Eu comecei muito cedo, com 11 anos de idade, criando a Capela Sistina no 'puxado' da casa da minha avó”, comenta o artista.

Para Roberto, o processo de criação vem da alma: “Eu comecei sem nenhuma orientação. Eu acho que o artista nasce artista, ele não se torna um artista.”

Em sua galeria na esquina da Rua Bela Cintra com a Lorena, região paulistana dos Jardins, suas obras ficam sempre à mostra. Com frequência, pedestres e interessados em arte conseguem acompanhar parte de suas produções pelas vitrines.

Com bom humor, Roberto revela que já foi plagiado, mas diz não se importar com isso. “Tudo que é plagiado é um sucesso. Porque o sucesso é plagiado. Não me incomoda em nenhum momento. Eu acho que se faz sucesso, tem que ser copiado. Porque se não faz sucesso, ninguém vai querer copiar. Eu acho ótimo isso!”

Conheça a galeria de Roberto Camasmie, siatuada na Rua Bela Cintra, 1992, nos Jardins em São Paulo.