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Rádio Adolfo Turrion
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Adolfo Turrion na revista FortunA - O marrom, uma cor a se pensar

Por Marco Antonio Jordão – Co-Fundador da Adolfo Turrion Calçados Masculinos e responsável pela Exportação, Private Label, Desenvolvimento de Mercado e Brand Marketing da marca

Foto: Marco Antonio Jordão

Primo pobre das colorações camelo, cinza ou preto, o marrom raramente transcendeu seu status perpétuo de “o novo marrom”. Muitos já se referiram a ele como “a propriedade das cores da Volvo”.

Sua posição inferior na hierarquia espectral remonta aos primórdios do homem: as cores do fogo e do céu sempre iriam mexer mais com a emoção humana do que a cor da lama, enquanto a nossa predisposição biológica conduziu nossos sentimentos para a cor das plantas, em vez de a do solo de onde brotam, como doadoras da vida.

Não é à toa que essa miscelânea policromática, denotou pobreza durante toda a Idade Média, mas a cor está associada ao menos sexy dos quatro elementos, a terra.

Tons castanhos, belos bronzes e avelãs são uma parte essencial do espectro de alfaiataria de um homem. “Na verdade, é uma cor incrivelmente versátil que funciona bem como acessório ou peça principal”, diz Fabrizio Allur.

“Jaquetas marrons combinam elegantemente com calças em tons de cinza, creme ou marinho e camisas em tons de bege, azul ou rosa. Como parte de uma fabricação apropriada, é um tom que pode ser usado em qualquer estação e em qualquer clima” finaliza Allur.

Um símbolo terreno de maturidade indumentária, especialmente quando se trata de traje noturno. O marrom é uma cor noturna muito útil. É menos áspero que o preto e é uma boa escolha para um smoking de veludo, sendo uma alternativa muito bem-vinda.

O Brown, é um endosso positivo de um homem estar à vontade com a elegância clássica, porém não é apenas quando se trata de roupas formais que o marrom tem o poder de, em total violação de suas conotações sazonais, ajudar o guarda-roupa de um homem a florescer. Quer se trate de calças ou chinos em mogno alaranjado, agasalhos confortáveis em tons de bronze ou até mesmo camisas casuais em tons rústicos e orgânicos, o prestígio da alfaiataria marrom nunca saiu de moda.

E quanto à questão complicada quando se trata de sapatos? A regra atemporal inglesa - no brown in town - ainda se aplica nos tempos atuais?

Trata-se de uma expressão peculiarmente inglesa e um pouco enganosa e pomposa, ao me ver, mas que ainda está enraizada na “verdade britânica”. Trabalhei no setor bancário no início de minha carreira, antes de atuar na indústria automobilística, na área de propaganda e marketing e por fim na área de moda masculina, e ao longo dos meus 36 anos de atividade profissional pude notar uma mudança cromática e um uso cada vez maior dos sapatos e tons de marrons com costumes ou ternos nas tonalidades do cinza e do azul.

Obviamente que esse uso dos sapatos marrons tem a ver com a elegância informal dos italianos e dos franceses, e que ao meu ver, se aplica perfeitamente à moda atual. Eu, pessoalmente, raramente uso um sapato na cor preta.

Felizmente, essas regras existem para os mais experientes e estudados quebrarem, desde que sejam feitas com brio. Quando o duque de Windsor causou protestos ao combinar sapatos de camurça marrom com um terno azul, um amigo, defendendo a aparente “gafe de alfaiataria”, comentou: “Seria errado se fosse um erro, mas o duque sabe o que faz, então está certo.”

O que, como o fenômeno mais amplo da infiltração bem-sucedida do marrom no espectro de cores do homem moderno, mostra que não há nada imutável, nada inalienável e certamente nada permanente nas regras de estilo.

Fabrizio Allur calça um Loafer em camurça marrom exclusivamente desenvolvido pela Adolfo Turrion para a sua marca.

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